quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Madame de La Fontain

 

                                   Madame De La Fontaine

           A beleza da alma é a força mais poderosa que existe no mundo.

            Em Saint-Étienne, França, floresceu uma menina chamada Francine De La Fontaine Huang. Sua mãe, descendente da realeza francesa, transmitiu-lhe a arte da elegância e do comportamento refinado. Já o pai, de origem oriental, ensinou-lhe as técnicas da yoga, do tai-chi-chuan e da meditação.

            Desde cedo, Francine se dedicou à arte de viver com requinte e sofisticação, mas sempre com um toque de compaixão. Ela aprendeu que a verdadeira beleza reside na bondade e no altruísmo. Apesar de ter acesso a tudo que o mundo material podia oferecer, Francine não se sentia completa. Ela observava a fome, a miséria e a injustiça que assolavam o mundo e se perguntava: "como posso ser completamente feliz enquanto muitos dos meus semelhantes sofrem e morrem de fome?"

            Determinada a fazer a diferença, Francine mergulhou nos estudos de filosofia, história e política. Ela buscava compreender as raízes da desigualdade e encontrar soluções para os problemas sociais. Ao longo de sua jornada, Francine encontrou diversos mentores que a inspiraram e a guiaram. Ela aprendeu sobre a importância da educação, da saúde e da igualdade de oportunidades como pilares para a construção de um mundo melhor. Com o passar do tempo, Francine se tornou uma mulher visionária e dedicada à causa humanitária. Ela ajudou a fundar uma organização que visava combater a pobreza, a fome e a falta de acesso à educação.

            Madame De La Fontaine, como era conhecida, dedicou sua vida a promover a paz e a justiça social. Ela viajou pelo mundo, palestrando e compartilhando sua mensagem de esperança. Sua elegância e sabedoria inspiraram milhares de pessoas a se unirem à sua causa. Madame De La Fontaine transformou vidas e lugares através das suas atitudes e do seu modo de vida.

            O destino, no entanto, com seus caprichos, traçou um caminho inesperado para Francine. Um incêndio devastador consumiu a fábrica da família De La Fontaine Huang, transformando em cinzas anos de trabalho e sonhos. A tragédia não se limitou aos danos materiais: vidas foram perdidas, incluindo a de muitos funcionários. Em meio à dor e à devastação, Francine encontrou força para seguir em frente. Honrando o legado e a promessa que fez aos seus pais, ela dedicou-se a cuidar das famílias dos trabalhadores que perderam suas vidas no incêndio. Usando a fortuna da família, Francine garantiu que todos tivessem o suporte necessário para reconstruir suas vidas e se recuperarem, desta forma, dos impactos e das dores causadas pela tragédia.  Com o pouco que ainda sobrou, Francine pagou o tratamento dos seus pais, que haviam sofrido severas queimaduras por todo o corpo, e fez isso até o dia das suas mortes.

            Mesmo após cumprir seu compromisso com as famílias dos funcionários e também com seus pais, Francine ainda se sentia incompleta. A tragédia a havia marcado profundamente, e ela buscava um novo significado para sua vida. Decidiu então partir rumo à Índia para realizar uma nova etapa dos seus trabalhos humanitários. E foi durante um desses trabalhos que Francine conheceu um casal de empresários que se encantaram com sua compaixão e dedicação em ajudar os mais necessitados e decidiram que um dia ainda fariam algo em prol daquela garota de espírito nobre.

            Quando souberam da tragédia, ficaram tocados com toda a história, e decidiram convidar a jovem para morar com eles em sua casa no sul da França. Nesse lugar, Francine encontrou um novo lar e uma nova família. Os bons ares daquele lugar, deram a ela um novo alento e uma nova perspectiva de vida. Ela se tornou tutora da jovem filha do casal, e dedicou-se a educá-la com os mesmos valores de compaixão e humanitarismo que nortearam sua vida. Ao longo dos anos, Francine se tornou uma figura querida e respeitada na comunidade. Sua elegância e sabedoria inspiravam todos que a conheciam. Ela era um exemplo vivo de que a beleza da alma é a força mais poderosa que existe. Madame De La Fontaine, como era conhecida, dedicou sua vida a promover a paz e a justiça social. Após recuperada do trauma, ela voltou a viajar pelo mundo, palestrando e compartilhando sua mensagem de esperança. E foi com esse misto de sapiência e elegância que Madame de La Fontaine conseguiu milhares de adeptos e os fez se unir e se envolver nessa bela caminhada que é a de levar ajuda para aquelas pessoas que realmente precisam. Após ter sentido que sua missão estava completa, Madame De La Fontaine se casou com um rapaz que ela conhecera em uma das suas atividades altruístas, cuja índole era tão boa e semelhante à dela. Depois de se casar, mudou-se então para uma bela casa ao lado da residência do casal que a recolhera e continuou mostrando para o mundo e para todas as pessoas daquela cidade, através da sua história de elegância, sabedoria e senso humanitário, que realmente, a beleza da alma é a força mais poderosa que existe no mundo. Ela deixou para o mundo, um legado de sabedoria, filantropia, bondade, fraternidade e um enorme senso humanitário!

            Hoje, tanto em Saint-Étienne, quanto numa cidade ao sul da França e também em alguns outros países, existe uma estátua de Francine nas entradas das Sedes das Fundações Humanitárias, idealizadas e fundadas por Madame de La Fontaine. Nos contornos singelos e encantadores dessa estátua, a imagem de Francine e também dos seus ideais, foram homenageados e perpetuados para a posteridade.

            Que possamos então, tomar como exemplo, a vida e as ações desta distinta mulher, que não ficou apenas olhando o mundo através das janelas, mas que resolveu partir para luta e mostrar que, para termos um mundo melhor, mais humano e mais justo, devemos primeiramente, mudarmos as nossas atitudes em relação a tudo aquilo que nos causa revolta e nos incomoda e principalmente, fazer algo para sairmos da nossa zona de conforto. Só assim, deixaremos nossa indelével marca no mundo ao invés de deixarmos somente pegadas na areia!

Percival Lelo Gomes

 

 

A batalha da fé contra o usurpador de almas

 

Introdução

A história a seguir, se desenrola em um suspense envolvente, revelando os detalhes dos atos terríveis cometidos por Tomazio em sua busca por vingança. O enredo explora os temas da fé, da arrogância, da ira e das consequências devastadoras de ceder aos nossos piores instintos.

Prepare-se para mergulhar em um conto épico que te prenderá do início ao fim, enquanto você acompanha a jornada dessa jovem heroína em sua luta contra o mal, em uma aventura de suspense e reviravoltas, onde a escuridão da alma humana se confronta com a força da fé e da redenção.

 

Tomazio e Benedeta

Uma história de fé e redenção

 

Capítulo 1: O local escolhido

Em meio às colinas verdejantes da Toscana, a pacata cidadezinha de Montepulciano guardava um terrível, misterioso e macabro segredo. Um ex-sacerdote, Tomazio, consumido pela amargura e rancor, havia feito um pacto com o “príncipe das trevas” e partiu de volta para aquela cidadezinha, com um plano diabólico na cabeça, que envolvia a alma da jovem Benedeta, uma freira inocente e até então, dedicada, à obra de Deus.

Capítulo 2:  Tomazio Moretti. O Emissário do mal

Nascido na cidade de Montepulciano, Tomazio Moretti cresceu em uma família modesta, seu pai era alfaiate e sua mãe confeiteira. Desde cedo, Tomazio já demonstrava sua vocação paroquial, participando ativamente dos trabalhos da igreja. Com o passar dos anos, foi se envolvendo cada vez mais no voluntariado da igreja, dedicando seu tempo e esforço para ajudar nas diversas atividades. Por sua devoção, passou a atuar como "coroinha", desempenhando suas funções com muito empenho e dedicação.

Desde jovem, Tomazio mostrou-se voluntário e comprometido com os trabalhos da igreja. Participava ativamente das atividades religiosas, auxiliando nas tarefas necessárias para o perfeito funcionamento da comunidade paroquial. Seu espírito de serviço e dedicação chamava atenção dos demais fiéis, que admiravam sua disposição em ajudar e servir a Deus através do voluntariado religioso. Essa experiência no voluntariado foi fundamental para fortalecer sua vocação e despertar sua paixão pelo serviço à Igreja.

Com o tempo, Tomazio foi progredindo em seu envolvimento com a igreja e teve a oportunidade de atuar como "coroinha". Essa posição permitiu que ele se aproximasse ainda mais das celebrações litúrgicas, desempenhando um papel importante na preparação do altar e auxiliando o sacerdote durante as missas. Sua dedicação e disciplina eram evidentes, e ele se sentia honrado em fazer parte desse serviço tão significativo para a comunidade católica. A atuação como "coroinha" consolidou ainda mais sua convicção de que a vida religiosa seria seu caminho a seguir.

A frequência nas missas e catequeses sempre foi uma prioridade na vida de Tomazio. Desde criança, ele participava assiduamente das missas, alimentando sua devoção e fortalecendo sua fé. Além disso, também se engajava com entusiasmo nas catequeses, buscando aprofundar seu conhecimento sobre os ensinamentos da Igreja. Tomazio compreendia a importância desses momentos de oração e formação, que contribuíam para sua maturidade espiritual e o preparavam para os desafios futuros em sua trajetória eclesiástica.

Apesar de sempre ter sido um homem fervoroso em sua fé que se dedicava com afinco aos trabalhos da igreja, Tomazio, no entanto, assim como todo ser humano, carregava consigo um defeito que o atormentava: a prepotência e a mania de grandeza. Ele se considerava superior a todos e isso lhe causava diversos problemas.

Seus superiores na igreja, reconhecendo seu potencial, o advertiam sobre a necessidade de mudar seu comportamento arrogante para que pudesse crescer como pessoa e como emissário religioso. Mas Tomazio, cego por sua soberba, ignorava seus conselhos.

Em um dia fatídico, tomado por uma ira incontrolável, Tomazio explodiu. Com palavras carregadas de ódio e desrespeito, ele insultou seus superiores e abandonou a cidade, jurando vingança.

Durante muito tempo, os moradores de Montepulciano não tiveram notícias de Tomazio. O silêncio pairava sobre seu destino, alimentando a apreensão da comunidade. Até que, em um dia sombrio, a história de vingança que Tomazio jurara se iniciou, trazendo consigo eventos macabros que marcaram para sempre a história dessa pacata cidade.

Capitúlo 3: O início da batalha

 

Tomazio, agora dotado com seus poderes satânicos e totalmente corrompido pelas forças ocultas, corrompeu Benedeta, distorceu sua fé e a transformou em um instrumento do mal. Seduzida pelas falsas promessas e pela força sinistra que tomaram conta de Tomazio, a jovem freira, mesmo dotada de uma fé tremenda, não teve forças suficiente para combater aquele mal sozinha e acabou, involuntária e temporariamente, sucumbindo às trevas, tornando-se a principal agente de Tomazio em sua jornada macabra.

Juntos, eles infectaram a cidade com uma onda de maldade. As crianças, antes tão puras e alegres, tiveram suas almas tomadas pelas magias da dupla e se tornaram sombras pálidas e aterrorizadas, tendo seus espíritos devorados pela escuridão. A alegria se dissolveu no ar e foi substituída por um medo crescente que agora pairava sobre a cidade de Montepulciano, envolvendo-a em uma névoa densa e sinistra.

Capítulo 4:

Benedetta De Angelis: A Alma Pura em Meio à Escuridão

Benedetta, nascida na Ilha da Córsega, era filha de um pai italiano e uma mãe corsa. Desde cedo, sua vida foi marcada pela fé e pelo serviço ao próximo. Aos 10 anos, mudou-se com a família para Montepulciano, na Toscana, Itália. Lá, sua devoção à Igreja Católica se intensificou, mas não se limitava às doutrinas e rituais. Benedetta buscava algo mais profundo, uma "igreja sem paredes", onde todos se unissem para o bem-estar social e espiritual da humanidade.

Sua visão inovadora e seu compromisso com a caridade a tornavam um exemplo e uma inspiração para muitos, especialmente para os mais jovens e para as crianças. Sua pureza e bondade contrastavam com a escuridão que se aproximava. Tomazio Moretti, um sacerdote corrompido por forças demoníacas, tramou um plano macabro para se vingar da cidade. Vendo em Benedetta a personificação da inocência, ele a escolheu como alvo de sua obsessão maligno.

Capítulo 5: Fé e redenção

Mas, nem tudo estava perdido, pois mesmo tendo sida tomada momentaneamente pelas força do mal, a alma de Benedeta pertencia a Deus e seu espírito bravamente resistia a possessão total e sua súplica chegou em forma de clamor aos corações dos jovens daquela cidade e tocou, com um poder que só quem tem fé sabe explicar, a esperança que ainda persistia nos corações de um grupo de jovens cristãos. Unidos pela fé, independentemente de suas crenças específicas – católicos, evangélicos e até mesmo espíritas – eles se reuniram em uma missão desesperada para salvar a sua amiga de fé e também a sua cidade e libertar de uma vez por todas, as almas das crianças da possessão das forças do mal.

Em um ato de fé inabalável, os jovens se dedicaram a um jejum constante seguido de orações fervorosas. Seus clamores ecoavam pelas ruas de Montepulciano, combatendo a escuridão com a força da luz divina. A batalha espiritual se intensificou, com Tomazio e a possuída Benedeta lutando com todas as suas forças para manter o controle da cidade.

Finalmente, após dias de sofrimento e súplicas, a fé inabalável dos jovens finalmente triunfou. A luz divina dissipou as trevas, e o poder atribuído a Tomazio e Benedeta foi quebrado. A jovem freira, agora libertada da influência maligna, prostrou-se de joelhos e caiu em lágrimas e em oração, enquanto o espírito maligno que havia possuído Tomazio, foi derrotado, humilhado e lançado de volta ao abismo de onde veio.

Capítulo 6: O desfecho

Tomazio, após essa terrível experiência, enfim tomou consciência do mal que a sua arrogância e rebeldia causaram. Pediu perdão para os líderes da igreja católica e suplicou por uma nova chance. Hoje em dia, ele vive em um monastério na Itália onde se dedica ao trabalho religioso em prol da sua própria recuperação.

A alegria retornou a Montepulciano. As crianças, livres da maldição, puderam sorrir novamente, e a cidade foi banhada por uma aura de paz e esperança renovadas. A fé de Benedeta e dos jovens havia salvado o dia e também a cidade, provando que até mesmo nas trevas mais profundas, a luz do bem sempre encontrará um caminho para prevalecer.

Epílogo: O que ficou de tudo isso

A história de Montepulciano serve como um lembrete poderoso da força da fé e da união. Ela nos ensina que, mesmo quando as trevas parecem tomar conta, a esperança jamais deve ser abandonada. Com fé inabalável e corações unidos, podemos superar qualquer obstáculo e vencer qualquer mal.

 

 

A sedução de Benedetta por Tomazio marcou o início de uma jornada árdua e perigosa envolvendo fé e união. A jovem freira teve que usar toda a sua fé e força interior para resistir às tentações do mal e defender os valores que tanto prezava.

No entanto, apesar de ter adquirido muita força durante a sua caminhada, Benedeta acabou por sucumbir ao poder maligno que acompanhava Tomazio e por isso teve que contar com a ajuda espiritual dos jovens daquela cidade aos quais ela sempre se dedicou, sem olhar para qualquer bandeira religiosa.  Sua história e também as dos jovens envolvidos é um conto de bravura, fé inabalável e a luta incansável contra as forças das trevas.

A história de Benedetta De Angelis e de todos os jovens de Montepulciano, é um lembrete inspirador do poder da fé e da força interior diante da adversidade.

 

 

Fria como uma lápide

 

Em Djajaperre, cidade vibrante e promissora sob o sol ameno, onde o clima é sempre favorável para qualquer atividade, seja ela de comércio, indústria, arte ou turismo, vivia Sybill Kaprinski, uma jovem de cabelos e pele clara, herdeira de uma fábrica de mármore e granito. Seus olhos, da cor da noite sem estrelas, contrastavam com o sorriso cálido que oferecia aos clientes. Sybill, apesar de mostrar-se sempre sorridente para sua clientela, era conhecida por sua frieza, gélida como as lápides que sua fábrica produzia. Não era antipática, mas no entanto, não exalava perfumes em seus gestos e nem tão pouco poesia em suas palavras. Era uma garota de poucas falas e muitas das vezes, respondia apenas com monossílabos.

            A frieza de Sybill era um verdadeiro enigma para a cidade. Uns diziam ser herança de seu pai, homem austero que comandava a fábrica com punho de ferro. Outros murmuravam sobre um amor perdido, um coração partido que se trancara em uma redoma de gelo.

            A fábrica prosperava sob a tutela de Sybill. Seus instintos aguçados para os negócios e sua obsessão pela perfeição resultavam em obras de arte esculpidas em pedra. Mármores translúcidos que pareciam capturar a luz do sol, granitos com veios que contavam histórias milenares. A fama da fábrica se espalhou, atraindo clientes de terras longínquas.

            Apesar desse enorme sucesso, Sybill permanecia distante. Seus dias transcorriam entre a agitação e o barulho fábrica e a solidão silenciosa de sua casa, um mausoléu de mármore branco onde vivia cercada por lembranças do pai e do amor que se esvaiu. Sybill quase não falava da mãe, já que a perdera para uma rara doença quando ela tinha apenas oito anos de idade. Desde então, ela fora criada pela pai e educada pela sua aia, madame Duvivier, uma senhora de fala mansa e de atitudes firmes que educava a pequena menina com conceitos inspirados na “Arte da Guerra” de Sun Tzu e nos livros de poesias clássicas de grandes escritores da Europa e do Brasil.

            Um dia, um escultor chamado Giorgio Adzurc, uma rapaz de corpo não muito atlético, cabelos longos e negros como betume e de um sorriso fácil,  chegou à cidade. Seus olhos, como brasas ardentes, contrastavam com a frieza de Sybill. Giorgio era apaixonado por sua arte, e via em cada pedra, desde o mais pequeno pedregulho até a mais enorme das rochas, uma oportunidade de dar vida a suas emoções. Giorgio era conhecido como o “poeta das pedras”!

Ao conhecer Sybill, Giorgio se encantou com sua beleza melancólica e sua mente perspicaz. Intrigado por sua frieza, ele se propôs a desvendar o enigma que a cercava. Com gentileza e persistência, Giorgio foi quebrando as barreiras de gelo que Sybill havia construído em volta do seu coração. Um dia, após muita insistência, Giorgio, enfim convenceu Sybill a encarar juntos, um projeto de criar algo enorme, tanto em valor real, quanto em valor histórico e cultural.

Juntos então, trabalharam em uma obra monumental: uma escultura que iria representar a união do fogo e do gelo. Desta forma, a pedra mais bruta daquela “floresta fria” de granito e mármore, se rendeu à paixão de Giorgio e à expertise de Sybill, transformando-se em uma obra de arte que emanava beleza e emoção. Ao ver a obra finalizada, Sybill se viu diante de um espelho. A frieza que a aprisionava por tanto tempo se estilhaçou, dando lugar a um calor que há muito tempo não sentia. Ela se rendeu ao amor de Giorgio, permitindo que a brasa de sua paixão aquecesse seu coração gélido e endurecido pelo tempo.

A história de Sybill se espalhou por Djajaperre e por todos os arredores, inspirando a todos que a ouviam. A "Fria como uma Lápide" se rendeu ao amor, mostrando que até mesmo o coração mais endurecido pode ser transformado pela paixão. A fábrica de Sybill continuou prosperando, agora com obras que emanavam não apenas perfeição técnica, mas também a beleza, a poesia e a emoção de um amor renascido.

            Sobre Giorgio, ele era rapaz de sobrenome Moretti Adzurc, nascido em Konya, Turquia, filho de mãe italiana e pai turco, Giorgio teve uma infância rica em experiências culturais. Desde cedo, foi influenciado pela beleza dos mármores de Carrara, cidade natal de sua mãe, para onde se mudou com os pais ainda na adolescência, e pela paixão do pai pelas viagens, que tinha isso como ofício. E foi justamente isso que o levou a conhecer lugares como o Brasil, a Índia e a Caxemira, onde se encantou com beleza dos granitos.    Após se formar na faculdade, Giorgio dedicou-se à escultura em mármore, pedra-sabão e granito. Sua paixão pelas artes plásticas e pelo artesanato era evidente em suas obras, que demonstravam grande talento e criatividade.  Com um espírito aventureiro e desejo de conhecer o mundo, Giorgio levou suas habilidades para diversos cantos do planeta. Sua vida era marcada pela busca incessante por novas experiências e inspirações. Apesar de sua paixão pela vida, Giorgio nunca se casou e não se prendia à ideia de relacionamentos duradouros do tipo “juntos para sempre”. Ele preferia manter sua liberdade e independência, explorando o mundo e seus diversos amores, sonhos e paixões, sempre com uma mente aberta e coração aventureiro. Sua arte, fruto de uma vida rica em experiências e culturas, serve para nos mostrar como é grande a beleza e a diversidade que existe em nosso planeta. Essa visão e opinião sobre o amor e o casamento, mudou completamente quando ele pisou em pés em Djajaperre.

            Sobre Sybill, no entanto, não se sabe o porquê que dela ter aquele comportamento frio e distante, mas isso não importa mais, pois tudo acabou perdendo a sua relevância, porque agora, para Sybill, Giorgio e todos os habitantes de Djajaperre, o que importa mesmo, não é saber o motivo que a levou durante anos, viver presa em um mundo frio e distante, mas sim a razão que a fez sair de vez daquela prisão de gelo: o amor pela arte e pela vida!