segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

No papel e na tela



Hoje eu sei porquê guardei tanto amor assim dentro de mim.
E porque não dei todo ele pra um outro alguém qualquer.
Foi pra que entre o bem-me-quer e o mal-me-quer dos canteiros da minha vida, 
ainda estava por vir
a orquídea rara pra enfeitar o meu jardim.
Pra alagar com teu mar de rosas toda a minha sequidão.
Pra pintar meu preto e branco com o escarlate da paixão!
E eu que pichava este amor
Nas fachadas e nos muros.
Escrevia sobre ele em papel puro,
Nas telas das paredes do colégio
E nos quadros negros em todos os tons de giz.
Hoje, declaro todo ele pra você
No instante em que meu olhar se perde no teu

E quando minhas mãos repousam nos teus quadris!
Ah!  Como você me faz feliz!
E me faz ver que,tudo aquilo que vivi
Antes achando que era amor,
Foram apenas meros ensaios.
Com você eu descobri o verdadeiro encanto
Do mês de maio!
Então,  vou escrever de novo no papel e na tela
Sobre essa paixão que me despertou pra realidade
Me fazendo ver que para amar
E para o amor, não há idade.
Tudo recomeça depois de cada fim.
E hoje eu sei porquê guardei tanto amor assim dentro de mim.
Foi pra tatuar todo ele com minhas próprias mãos,
Como arte abstrata, ou tinta de nanquim
Pelas curvas em papel de seda
E por toda a tela langue 
Da tua pele de cetim!

Percival Lelo Gomes

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