sábado, 13 de fevereiro de 2016

Febre

Dentro de mim há uma chama
Mas, não é chama de paixão.
É uma chama que me chama
Para os confins da destruição!

Minha cabeça dói. Maldita peste.
Minha temperatura assoma o Everest.
Faz um calor imenso mas, sinto frio.
Sou luz acesa neste estado febril.

Sou palha de um velho casebre
Sob a ameaça do fogo febre!

Quero dormir e não consigo.
A insônia é um forte inimigo.
Apesar do meu corpo estar quente,
Minha alma chora, fria e demente.

Sou palha de um velho casebre
Sendo queimado pelo fogo febre!

Voam-se as horas e aumenta o tédio.
A dor é grande! Uma Eurásia!
Busco cura. Não acho o remédio.
Isto não é vida nem eutanásia.

Sou palha de uma velho casebre
Em chamas com esta febre!

Há tanto calor, já não resisto.
Meu corpo sofre neste clima misto.
Vai-se o fogo deste corpo mal.
Se apossa dele o frio mortal.

Sou palha de um velho casebre
Todo queimado pelo fogo febre!

Percival Percigo Gomes

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